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O post 3 hoje saiu cedo! (Longo mas vale a pena 👍🏻) - Misturar pra quê?

  • Hellen Pivato Schroeder
  • 18 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Ahhh, Hellen! Estou in love ♥️ com essa alimentação natural cheia de benefícios aí!

Já, inclusive, comecei a fazer alguns alimentos e adicionei ao pote do bull, será que ele acostuma?

NAAAÃO! Não faça isso!

Vamos ver o que você realmente está fazendo com essa atitude.

1. Me interessei pela AN, mas achei trabalhosa.

Posso ir somente acrescentando alguns dos alimentos da AN às refeições que meu cão recebe atualmente?

Pode parecer pura demagogia, clichê, mas realmente não recomenda-se misturar alimentos naturais à ração. Uma coisa é oferecer ração como base da alimentação e ocasionalmente dar um pedaço de fruta ou legume, de carne ou um osso cru para o cão limpar os dentes e se distrair. Outra coisa, bem diferente, é oferecer, sem critério algum, ração misturada a alimentos diversos.

Tudo bem oferecer até 10% do total diário da dieta na forma de lanchinhos ou petiscos.

Um exemplo prático:

se seu cão come 200 gramas de ração por dia, você pode oferecer a ele até 20 a 30 gramas de algum outro alimento saudável por dia. Isso é o equivalente a 1 colher de sopa, ou a um pedaço do tamanho de um polenguinho, por dia.

E, por “alimento saudável” entenda carnes, frutas, legumes, vísceras, ovos, peixes, iogurte e cereais, estes últimos sempre cozidos e sem cebola. Doces, frituras, ossos cozidos, pães franceses ou recheados, etc, não são alimentos apropriados para os pets e devem ser evitados. Ao ultrapassar regularmente a regrinha dos 10% de lanchinhos, você cria um estado crônico de desequilíbrio nutricional. A ração é um alimento completo e balanceado. Isso significa que ela foi matematicamente formulada para fornecer minerais, vitaminas e nutrientes como lipídeos, proteína e carboidratos na medida certa para a espécie e idade de seu animal de estimação.

Veja abaixo o que pode acontecer se, junto com a ração, você oferecer diariamente:

Meaty bones:

(ossos carnudos, como pescoços, pés e dorsos de frango): seu pet ingerirá um excesso de cálcio. Os meaty bones estão presentes na Alimentação Natural para fornecer cálcio. Excesso de cálcio pode causar litíase (pedra nos rins), infarto e algumas outras coisas ruins.

Carnes e vísceras:

seu pet ingerirá um excesso de fósforo, e até de proteína, caso a ração que ele esteja recebendo contenha um teor de proteínas moderado ou elevado. O fósforo é um mineral presente nas carnes e, em geral, extremamente abundante em vísceras como o fígado. Acontece que o fósforo tem que ser ingerido em uma determinada proporção ao cálcio da dieta. Quem sofre com o excesso de fósforo são os rins do pet e, a longo prazo, os ossos.

Vegetais:

a oferta de legumes, verduras e frutas em grande quantidade irá diluir os teores de proteína e gordura da ração. Não estamos acostumados a pensar em “dieta” como sendo tudo o que é ingerido ao longo de um dia, mas é assim que funciona. Se um cão come apenas uma ração de boa qualidade e, ocasionalmente recebe até 10% de um petisco saudável, terá um quantidade baixa dessa diluição e conseguirá absorver tudo tranquilamente, mais que isso já não. Ainda, há vegetais que fornecem também carboidratos, principalmente açúcares, que, combinados com o amido da ração, podem favorecer o desenvolvimento de obesidade e o aparecimento do diabetes principalmente em Bulls com pré-disposição.

Arroz, batata e carboidratos: obesidade e diabetes também!

2. E se eu oferecer uma refeição de ração e outra completa de Alimentação Natural?

Para que fazer isso? Você vai ter tanto ou mais trabalho do que se optar por oferecer apenas ração ou apenas Alimentação Natural. E não vai ter todos os benefícios da dieta natural. Além disso, pode ser que, frente a uma refeição mais palatável, seu cão passe a rejeitar a ração. Mas, o mais complicado mesmo é que a ração e a Alimentação Natural possuem composições muito diferentes, que requerem processos digestivos diferentes. A ração passa mais tempo sendo digerida no intestino porque os grãos da sua composição precisam passar por um pouco de fermentação, enquanto a carne da composição da AN é digerida principalmente no estômago, onde passa mais tempo.

Ao misturar os dois o seu pet pode enfrentar dificuldades na digestão porque uma parte da carne vai ser obrigada a passar muito tempo no intestino, assim como a ração acaba sendo obrigada a ficar mais no estômago – isso causa transtornos em todo o processo digestivo e as consequências acabam se manifestando através de vômitos, diarreias, gases, cólicas, mal-estar…

E não precisa misturar a ração com AN na mesma refeição –

alguns cães apresentam esses sintomas apenas por terem sido transicionados de um tipo de alimentação para o outro bruscamente, sem uma adaptação gradativa.

Resuminho:

além da torção gástrica (SIM! Ela MATA!),

A mistura pode ocasionar excessos e deficiências de nutrientes, obesidade e diabetes, problemas renais e ósseos, ALERGIAS e INTOLERÂNCIA (peçam aqui nos comentários para a Suelaine marcar vocês no relato dela) e pior de tudo, você se sentirá mal quando seu bull passar a odiar a ração e comer cada vez menos na "mistura equilibrada" e você, consequentemente aumentará cada vez mais o consumo de alimentos sem critério algum e lembrará desse post. Ou seja, o caos instalado no organismo dele.

Se o seu bull já está nesse estado, lamento muito mas você só tem 3 alternativas:

1. Assumir os problemas que ele VAI ter a médio e longo prazo; 2. Fazer a bendita AN de vez; 3. Acionar um vet generalista, contar sua história triste, ouvir algumas broncas e por fim ter que mudar a ração e/ou colocar algum caldo de legumes bem ralo, ao o cheiro mesmo, na ração dele.

Eai?

Fonte: Dra. Sylvia Angelico


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